Terça, 20 de Maio de 2025
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Foz volta a enfrentar superlotação nas prisões após aumento expressivo no número de detentos

População carcerária da cidade cresceu mais de 80% em três anos, superando a expansão de vagas no sistema

04/05/2025 às 15h29 Atualizada em 06/05/2025 às 08h26
Por: Redação Fonte: Da Redação com GDIA
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Foto: Arquivo - SESP
Foto: Arquivo - SESP

A população carcerária de Foz do Iguaçu praticamente dobrou entre 2021 e 2025, pressionando novamente o sistema prisional da cidade, que voltou a registrar superlotação. Segundo dados do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), o número de presos passou de 2.299 em dezembro de 2021 para 4.222 neste ano — um aumento de mais de 80%.

Cinco unidades prisionais operam na cidade, incluindo nova penitenciária inaugurada em 2022

Atualmente, Foz do Iguaçu conta com cinco unidades prisionais:

Cadeia Pública Laudemir Neves (presos provisórios do sexo masculino)

Penitenciária Feminina - Unidade de Progressão (presas condenadas)

Penitenciárias Estaduais I, II e IV (presos condenados do sexo masculino)

A mais recente, a Penitenciária Estadual IV, foi inaugurada em dezembro de 2022, junto com obras de ampliação e melhorias na PEF I e na Penitenciária Feminina, incluindo construção de muralhas e novas áreas administrativas.

Apesar dos investimentos dos governos estadual, federal e da Itaipu Binacional, que resultaram na ampliação da capacidade do sistema de 2.687 vagas em 2021 para 3.790 em 2025, o número de presos supera o total de vagas em 432 pessoas.

Perfil dos presos: maioria é jovem, do sexo masculino e brasileira

Dos 4.222 detentos em Foz do Iguaçu, 92,5% são homens (3.906), presos principalmente por crimes como roubo, homicídio e estupro de vulnerável. As mulheres representam 7,5% (316 detentas), em sua maioria envolvidas com tráfico de drogas.

O levantamento aponta ainda que 63,8% dos presos estão reclusos há mais de três anos, e a faixa etária predominante está entre 25 e 34 anos. Apenas 3,2% da população carcerária é formada por estrangeiros; o restante são brasileiros natos ou naturalizados.

Por razões de segurança, o Deppen não divulga a distribuição detalhada dos presos nas unidades ou os crimes individualmente atribuídos a cada unidade.

Panorama estadual: crescimento da população carcerária se repete em todo o Paraná
Estado ultrapassa 41 mil detentos; tráfico de drogas lidera motivos de prisão

O cenário observado em Foz do Iguaçu reflete uma tendência estadual. A população carcerária do Paraná saltou de pouco mais de 27 mil presos em 2021 para 41.455 em 2025, segundo dados oficiais. Os crimes mais comuns entre os detentos são:

Tráfico de drogas: mais de 7 mil presos

Roubo simples: mais de 4 mil

Furto simples: cerca de 3 mil

Roubo qualificado: 2,8 mil

Furto qualificado: aproximadamente 2,3 mil

Além disso, dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) mostram que o Paraná foi o segundo estado do país em número de mandados de prisão cumpridos em 2024, totalizando mais de 31 mil capturas.

Déficit nacional: sistema carcerário brasileiro enfrenta colapso estrutural

O Brasil enfrenta um déficit de 174,4 mil vagas em seu sistema prisional. Conforme o Relatório de Informações Penais (Relipen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o país conta com mais de 660 mil presos, mas a capacidade instalada é inferior a 500 mil.

Outro dado preocupante é o crescimento de medidas alternativas. Em 2024, mais de 105 mil presos foram monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Já a prisão domiciliar sem tornozeleira registrou aumento de 14,4%, passando de 100.433 pessoas em dezembro de 2023 para 115.117 no fim do ano passado.

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