A população carcerária de Foz do Iguaçu praticamente dobrou entre 2021 e 2025, pressionando novamente o sistema prisional da cidade, que voltou a registrar superlotação. Segundo dados do Departamento de Polícia Penal do Paraná (Deppen), o número de presos passou de 2.299 em dezembro de 2021 para 4.222 neste ano — um aumento de mais de 80%.
Cinco unidades prisionais operam na cidade, incluindo nova penitenciária inaugurada em 2022
Atualmente, Foz do Iguaçu conta com cinco unidades prisionais:
Cadeia Pública Laudemir Neves (presos provisórios do sexo masculino)
Penitenciária Feminina - Unidade de Progressão (presas condenadas)
Penitenciárias Estaduais I, II e IV (presos condenados do sexo masculino)
A mais recente, a Penitenciária Estadual IV, foi inaugurada em dezembro de 2022, junto com obras de ampliação e melhorias na PEF I e na Penitenciária Feminina, incluindo construção de muralhas e novas áreas administrativas.
Apesar dos investimentos dos governos estadual, federal e da Itaipu Binacional, que resultaram na ampliação da capacidade do sistema de 2.687 vagas em 2021 para 3.790 em 2025, o número de presos supera o total de vagas em 432 pessoas.
Perfil dos presos: maioria é jovem, do sexo masculino e brasileira
Dos 4.222 detentos em Foz do Iguaçu, 92,5% são homens (3.906), presos principalmente por crimes como roubo, homicídio e estupro de vulnerável. As mulheres representam 7,5% (316 detentas), em sua maioria envolvidas com tráfico de drogas.
O levantamento aponta ainda que 63,8% dos presos estão reclusos há mais de três anos, e a faixa etária predominante está entre 25 e 34 anos. Apenas 3,2% da população carcerária é formada por estrangeiros; o restante são brasileiros natos ou naturalizados.
Por razões de segurança, o Deppen não divulga a distribuição detalhada dos presos nas unidades ou os crimes individualmente atribuídos a cada unidade.
Panorama estadual: crescimento da população carcerária se repete em todo o Paraná
Estado ultrapassa 41 mil detentos; tráfico de drogas lidera motivos de prisão
O cenário observado em Foz do Iguaçu reflete uma tendência estadual. A população carcerária do Paraná saltou de pouco mais de 27 mil presos em 2021 para 41.455 em 2025, segundo dados oficiais. Os crimes mais comuns entre os detentos são:
Tráfico de drogas: mais de 7 mil presos
Roubo simples: mais de 4 mil
Furto simples: cerca de 3 mil
Roubo qualificado: 2,8 mil
Furto qualificado: aproximadamente 2,3 mil
Além disso, dados do Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp) mostram que o Paraná foi o segundo estado do país em número de mandados de prisão cumpridos em 2024, totalizando mais de 31 mil capturas.
Déficit nacional: sistema carcerário brasileiro enfrenta colapso estrutural
O Brasil enfrenta um déficit de 174,4 mil vagas em seu sistema prisional. Conforme o Relatório de Informações Penais (Relipen), do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), o país conta com mais de 660 mil presos, mas a capacidade instalada é inferior a 500 mil.
Outro dado preocupante é o crescimento de medidas alternativas. Em 2024, mais de 105 mil presos foram monitorados por tornozeleiras eletrônicas. Já a prisão domiciliar sem tornozeleira registrou aumento de 14,4%, passando de 100.433 pessoas em dezembro de 2023 para 115.117 no fim do ano passado.
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