A combinação de tempo seco e calor intenso, somada às queimadas clandestinas, tem resultado em um crescimento expressivo de focos de incêndio ambiental em Foz do Iguaçu. Somente no mês de janeiro, o Corpo de Bombeiros recebeu 73 chamados em diversas áreas da cidade. Esse volume representa um salto de mais de 200% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registradas 22 ocorrências.
Segundo informações da corporação, os finais de semana concentram a maior parte dos atendimentos. Em cerca de 90% dos casos, os episódios são provocados por interferência humana, incluindo queimadas ilegais, descarte inadequado de pontas de cigarro em margens de rodovias, abandono de garrafas de vidro em locais inapropriados e o uso indevido de balões infláveis, entre outras práticas.
As autoridades reforçam que provocar incêndios configura crime e pode resultar em detenção de um a quatro anos. No município, também estão previstas multas para infrações cometidas em propriedades privadas, passeios públicos, ruas, terrenos desocupados ou de posse do poder público. Os valores podem variar entre R$ 117,28 e R$ 3.518,40.
Ao identificar um incêndio que se propaga rapidamente, a recomendação é evitar enfrentá-lo sem preparo adequado, pois isso pode colocar a segurança do indivíduo em risco. O correto é procurar abrigo em local seguro, alertar os vizinhos e acionar os órgãos competentes. Os contatos disponíveis incluem Corpo de Bombeiros (193), Defesa Civil (199), Guarda Municipal (153) e Secretaria do Meio Ambiente pelo telefone (45) 3308-2171. Denúncias também podem ser feitas pelo aplicativo e-Ouve.
“Estamos lidando com uma verdadeira batalha contra os incêndios ambientais. A seca e as elevadas temperaturas, aliadas a queimadas deliberadas em áreas desocupadas, vegetação nativa, pastagens e depósitos de lixo, têm gerado transtornos significativos à comunidade, atingindo inclusive residências próximas. Por isso, além de evitar provocar chamas, solicitamos o apoio da população para denunciar essas práticas”, alertam os bombeiros da região fronteiriça.
Consequências ambientais e persistência do calor
Os focos de incêndio, além de causar destruição, geram altos níveis de poluição, comprometendo a qualidade do ar e afetando diretamente a saúde dos moradores. Além do impacto nas vias respiratórias, a presença constante de fumaça também prejudica os olhos.
De acordo com dados do Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), o calor intenso deve persistir ao longo de fevereiro. Embora o mês tenha começado com episódios de chuva e temporais em algumas localidades, a tendência é de predomínio de sol e temperaturas elevadas em Foz. As projeções indicam mínimas de 23°C e máximas que podem chegar a 37°C, com sensação térmica ultrapassando os 40°C. Apesar da previsão de precipitações, o volume de chuvas será reduzido.
Diante desse cenário, além do cuidado com incêndios, é essencial que os moradores mantenham quintais e terrenos limpos. O calor intenso aliado à umidade favorece a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue.
Depósitos irregulares de lixo agravam situação
Nos últimos dias, cresceram também as reclamações sobre acúmulo de lixo e vegetação alta em diversas partes da cidade. Regiões como Jardim Dona Leila e Vila Boa Esperança sofrem com pontos que se transformaram em verdadeiros lixões a céu aberto, repletos de plástico, entulho, pedaços de madeira, vidro quebrado e até móveis descartados de forma irregular.
A população deve estar consciente dos impactos negativos desse comportamento, que contribui para o aumento de doenças, degradação ambiental e o surgimento de focos de incêndio. O descarte inadequado de resíduos é considerado crime ambiental conforme a Lei Federal nº 9.605/1998. Os responsáveis estão sujeitos a multas e podem ser penalizados com detenção. Dependendo da gravidade do dano causado, a multa pode chegar a R$ 10 mil.
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